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LIÇÕES INSTANTÂNEAS

para estudantes de Arquitetura / por joão diniz

Alguns etimólogos definem aluno como ‘aquele que não tem luz’ (a.lumno), enquanto estudante como ‘aquele que aplica seu espírito para aprender’, então transforme-se logo de aluno em estudante.

Fujamos da situação acadêmica comum que são os alunos sonolentos versus os professores arrogantes.

Professores não são superiores aos estudantes, são futuros colegas, e uma postura mútua de profissionalismo e eficiência pode transformar esta relação em amizade.

A maioria dos conhecimentos pode ser transmitida e apreendida em menos de cinco minutos.

Mergulhe delirantemente em suas intuições, projetos e instintos sem destruir seu corpo, espírito e futuro.

A pessoa dificilmente se reinventa no futuro, comece a ser já o melhor de si para justificar uma dificuldade pergunte-se: fiz o melhor que pude?                 

Em qualquer disputa a primeira, e talvez a mais importante vitoria, é vencer a si mesmo (evoluir), o que nem sempre é fácil.

Em termos de concorrência, há lugar para todos, desde que cada um seja si mesmo, radicalmente.

‘Parabéns você errou’: constatação valida quando arrisca-se no desconhecido buscando respostas ou investigando possibilidades.

É quase impossível ensinar a projetar, mas pode-se ensinar história e tecnologia, ou seja, o que está feito e como fazê-lo, estas são as principais ferramentas para criar uma boa arquitetura.

Comece a entender e explicar o projeto pela idéia principal e não por pequenos detalhes.

Arquitetura sem construção é o desenho auto suficiente, que é o sonho, a realidade desperta é a obra.

Abaixo o ‘plantismo’. Entenda o projeto em sua tridimensionalidade.


Estrutura é o entendimento espacial (tridimensional) da estabilidade edificada sem esqueleto não há corpo.

A arquitetura nasce na estrutura.

Quase sempre, em arquitetura, as sombras das coisas são tão importantes como as próprias coisas

O interessado em arquitetura deve identificar a origem de uma construção tão rápido como identifica um estilo musical.

Como existe a  MPB, existiria a APB (Arquitetura Popular Brasileira)? Ou será que a boa Arquitetura nunca é Popular?

E aquele arquiteto resolveu o problema com um desenho de alguns minutos, somados a algumas décadas de experiência.

Está muito bom mas ainda não é suficiente… disse aos estudantes tentando ao mesmo tempo incentivar e provocar o progresso

As duas palavras chave para o entusiasmo ativo: curiosidade e iniciativa

Cuidado com a fotogenia pois já disseram: Não há arquitetura, por pior que seja, que não dê uma boa foto.

Já se disse: projeto de arquitetura é o contrário de m—-, quanto mais mexe mais ‘cheira bem’.

As lições menos divertidas são as de moral.

....você não está entendendo, precisa que eu desenhe?

Inspiração vale pouco se não houver vontade de trabalhar (e vice versa).

Respostas rápidas são importantes para uma vida calma.

O perfeccionismo, às vezes, leva a não se fazer satisfatoriamente o que seria impossível fazer idealmente.

Auto elogio é uma ofensa feita a si mesmo.

A coisa mais cansativa é ficar dizendo que está cansado(a).

O estressado pensa que é o melhor

Evite justificar com intenções como: ‘eu queria, eu faria, estou pensando’, mas com ações como: ‘eu fiz’

Mais vale um bom erro que nenhuma tentativa.

Para construir, prefira o econômico ao barato, e ser econômico não significa ser pobre.

Na dúvida entre projetar com a mão ou com o computador, prefira primeiro com a cabeça, e o coração e o espírito aberto como ferramentas.



Não existe meia idéia.


Pode ser muito fácil fazer mais se não fosse feito isso não existira.

Nunca é tarde para ser jovem.

...e para aquele vive dizendo: ‘eu tenho que fazer’, a pergunta: ‘você tem ou você quer?’

Questione o ‘defaut’

Existem desenhos a mão livre, feitos à máquina?

A força bruta nunca é suficiente.

Trabalhe muito mas não só trabalhe.

Estudantes sabem a resposta para a maioria das perguntas que fazem.

Não comece a apresentar um trabalho se desculpando.

Aprenda com os colegas.

A solidão é boa e necessária na hora de fazer um projeto ou de estudar, nestes momentos desligue os canais dispersivos da atualidade, a recompensa virá depois nos conhecimentos adquiridos e nos espaços criados.

Procure inspirações e conhecimentos arquitetônicos também fora da arquitetura.

Construa sua própria cultura, você é o que lê, ouve e conversa

Não diga que não sabe desenhar, quinze anos atrás você era ótimo nisso.

Antes de desenhar bem, deve-se pensar bem.

Você paga pelo seu curso, não desperdice seu ingresso.

Perca qualquer complexo de inferioridade, o centro do mundo é onde você está.

Comunique-se em outras línguas

Viaje.

Aproveite cada trabalho que faz para compor seu portfolio.

Aproxime-se dos mestres.

Como numa prova automobilística, inicie logo e com determinação o trabalho.

Saiba do que você gosta em arquitetura e em tudo mais.

O que você gosta mais de ganhar, livros ou sapatos?

Você seria eficiente numa escola sem notas ou chamadas?

Ser sustentável é nada mais que a obrigação.

Seja ativo para que não seja necessário transformar aulas de arquitetura em lições de auto-ajuda.

O bom estudante aprende mais que o professor ensina.

...e de repente aquele inculto arrogante pergunta: – Você trabalha também ou é apenas um professor?


por Joao Diniz, arquiteto

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