A AVENTURA DO DESENHO
Reflexões sobre o gesto natural de desenhar / por Joao Diniz
A AVENTURA DO DESENHO
O desenho é uma atividade nata do ser humano.
As pessoas nascem e aprendem logo a desenhar quase que ao mesmo tempo que aprendem a falar, andar e pensar.
Desde os tempos mais remotos as imagens desenhadas aparecem como os primeiros registros das observações e reflexões sobre o mundo em volta. Do homem das cavernas, de milênios atrás, ao cyberman digital da atualidade vivemos num mundo de imagens que surgem, desaparecem ou permanecem a cada instante.
A maioria das pessoas diz que não sabe desenhar se esquecendo que na infância passaram momentos de desfrute e criação junto dos lápis e papeis sem sequer considerar se sabiam ou não, mas se descobrindo ao produzir novos traços e formas.
Aí perguntamos:
- Em que momento e porque as pessoas desaprendem a desenhar?
- Quem as des-ensinou?
- Esta foi uma censura externa ou interna?
Desenhar é correr um risco, nos dois sentidos: o risco-traço gráfico que registra a imagem ou o risco que arrisca o perigo de errar, de não conseguir a figura imaginada; mas também de poder gerar um registro que servirá a muitos no campo da comunicação informal ou programada, da beleza, da técnica ou da arte.
Nas línguas inglesa e espanhola existem dois sentidos para a palavra portuguesa ‘desenho’: eles usam ‘drawing/dibujo’ para definir o desenho técnico ou funcional; e a palavra ‘design/diseño’ para indicar o que entendemos por projeto.
A palavra design se traduz como desígnio, plano, intento, destino que são as missões de um projeto que pode ser transformador, revelador ou mesmo desagradável e predador.
Nesta missão das linhas não importa se elas foram geradas pela mão ou pelo computador que são meras ferramentas que manifestam os impulsos da mente e do espírito humano.
O desenho alcança seu papel mais importante quando se transforma em obra de arte, ou quando descreve um projeto, funcionando como um idioma gráfico que propõe o futuro.
Então, qual a sua relação com o desenho? Você ainda é capaz de se expressar através das linhas, das formas e das cores, sem se importar se alguém faz melhor, ou se não alcança a sua precisão desejada?
Não existe erro na espontaneidade.
Texto síntese dos argumentos sobre o desenho apresentados na palestra ‘Os Sentidos da Arquitetura’.
O quadro da primeira foto, foi desenhado pelo arquiteto José Eusébio Silveira ao vivo em 09/05/2013 na Escola de Arquitetura da Unifor em Formiga, MG com os projetos de JD enquanto eram apresentados. Após a exposição os estudantes foram convidados a fazer um grande desenho coletivo.
Joao Diniz, arquiteto