FLAG
A praça Vaz de Melo é uma testemunha das transformações da cidade de Belo
Horizonte nos suas décadas de existência.
O bairro da Lagoinha, onde se localiza a praça, sempre foi importante local
urbano com suas características residenciais e comerciais unidas a uma forte
identidade cultural e boêmia.
A Lagoinha, devido à sua proximidade do centro da cidade e ao seu potencial de
articulação com as áreas de expansão ao norte da cidade, a partir de meados do
século XX, passou por mudanças radicais, ou mutilações.
Essas transformações se deram através da abertura de avenidas e viadutos com
destaque para a criação da Pampulha e da abertura da Av. Antônio Carlos a
partir do final dos anos 31930. E a praça em questão é um dos pontos focais de
todas essas mutações.
Atualmente, no início da terceira década do século XXI o bairro reafirma sua
vocação como ponto focal de ações transformadoras alinhadas com o passado e
futuro, a partir de sua potencial localização e de seu conjunto ambiental com
algumas características históricas ainda preservadas.
A ideia de corredor cultural ao longo da rua Itapecerica, uma das principais
artérias articuladoras do bairro, está cada vez mais presente no desejo de vários
setores envolvidos na dinâmica urbana e a praça Vaz de Melo com seu árido
vazio remanescente dessas cirurgias viárias surge como potencial portal de
entrada para as revitalizações que surgirão ao longo da via.
O documento LAGOINHA EM ESTUDO; ANÁLISE DIAGNÓSTICOPROPOSITIVA DO BAIRRO LAGOINHA EM BELO HORIZONTE elaborado pela
Prefeitura Municipal, dentre diversas análises sinaliza a praça como local a ser
incrementado através da criação de áreas de permanência e convívio da
população.
O presente estudo contém proposta para requalificação da Praça Vaz de Melo
através da ocupação do espaço com uma estrutura que gere fluxos e atividades
no local, combatendo a atual situação de degradação ambiental e social; através
da criação da f.LAG ou Feira da Lagoinha que funcionará como uma praça
coberta e aberta a atividades como feira de artesanato ou antiguidades, Rua 24
Horas, local de atividades artísticas e culturais.
imagem do documento LAGOINHA EM ESTUDO ANÁLISE DIAGNÓSTICO-PROPOSITIVA DO BAIRRO
A Praça Vaz de Melo como portal de entrada do corredor cultural ao longo da Rua Itapecerica
imagem do documento LAGOINHA EM ESTUDO ANÁLISE DIAGNÓSTICO-PROPOSITIVA DO BAIRRO
PRAÇA
PREEXISTÊNCIAS N
A- AVENIDA ANTONIO CARLOS
B- RUA ITAPECERICA
C- VIADUTO NANSEN ARAÚJO
D- FLUXO À PASSARELA (centro / rodoviária / metrô)
E- TALUDE ACIMA NIVEL PRAÇA
F- PASSARELA
G- SETOR NORTE DA PRAÇA
PROPOSIÇÕES
1- MANUTENÇÃO DO VAZIO CENTRAL PRAÇA
(circ. / feiras / eventos)
2- PAREDES FUNCIONAIS (CONTAINERS)
(boxes p/ uso e atividades)
3- PÉRGOLA (entrada eixo cultural R. Itapecerica)
D
D
A
B
C
C
E
2
3
F
PROPOSTA
ANÁLISE
A analise do local inicia com o reconhecimento do amplo e árido vazio de
4790,00m2 remanescente das operações viárias que funciona como
importante local de passagem de pedestres (D) desde o bairro e setores
norte da Avenida Antônio Carlos (A) rumo à passarela (F) que leva ao
centro da cidade, rodoviária e estação Metrô Lagoinha.
Esse vazio se coloca como área de grande potencial para uma
permanência e convívio desses transeuntes devido sua dimensão
generosas e presença de talude vegetado (E) com sua borda superior em
nível acima da praça e alinhado ao tráfego da Rua Itapecerica (B) e do
viaduto (C).
PROJETO
A proposta nasce com o reconhecimento da importância do vazio central da
área como setor principal de convergência e eventos (1) e do fluxo de
pedestres ao longo da praça coberta (D) o que leva manter livre e passível
de apropriações diversas esse espaço central convergente.
Protegendo essa centralidade são criadas proteções aos ruídos do tráfego
da Av. Antônio Carlos, da Rua Itapecerica, do viaduto e sua alça de tráfego
através da criação de ´barreiras funcionais´ (2) promovidas pela colocação
de containers em posições adequadas e gerando diferentes alturas, criando
anteparo aos impactos urbanos e áreas apropriáveis em seus interiores
voltados para a praça.
Um sistema de circulação através de rampa e escada prevê a ocupação
progressiva dos espaços superiores dos containers à medida que os
locais/boxes da feira/praça forem sendo demandados. Esses espaços de
circulação poderão, se for o caso, ser construídos numa segunda etapa.
Uma leve cobertura em estrutura metálica fechada com lona vinilica protege
todo o espaço gerando sombras, penetração da luz e ventilação natural .
A opção pelas ´barreira funcionais´ criadas pelos containers e uma leve
cobertura textil imprime um caráter de economia, leveza, desmontabilidade,
sustentabilidade e despojamento ao conjunto
Na parte superior do setor norte da praça (G) que está separada pela alça
de tráfego será colocada uma pérgola escultórica (3) que funcionará como
marco de entrada do novo corredor cultural da Rua Itapecerica.