Livro II Bienal de SP
A li Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo realiza-se em agosto de 1993
com vinte anos de distância desde aquela inaugural. É o primeiro evento da atual diretoria da
Fundação Bienal de São Paulo e procuramos, neste teste inaugural, resgatar aquilo que de mais
relevante aconteceu na arquitetura brasileira e mundial nas últimas duas décadas.
Esta Bienal é, para a nova diretoria, o ponto de partida na concepção renovada que
implementaremos na Fundação Bienal de São Paulo. Iremos transformá-la
numa grande usina cultural da mais importante metrópole brasileira.
Como uma referência cultural e artística do país, e não apenas no terreno das artes plásticas
e da arquitetura, a Fundação será, a partir de agora, um pólo orgânico e vivo de eventos, debates e
reflexões, de forma a favorecer toda a comunidade. A nova diretoria pretende também
fazer da Fundação Bienal uma instituição cultural a atuar segundo os padrões internacionais
contemporâneos, ou seja, convocar a iniciativa privada para atuar como parceira e
patrocinadora de eventos culturais e artísticos de grandes dimensões.
Vários projetos já estão adiantados, mas um deles merece destaque por sua íntima ligação
com a Bienal de Arquitetura e por enfeixar toda a nova concepção que preside atualmente a Fundação.
Em 12 de julho último nos reunimos, eu, Fábio Penteado, presidente da
li Bienal Internacional de Arquitetura e Ciro Pirondi, presidente do Instituto de
Arquitetos do Brasil, com o pai do prédio da Fundação, Oscar Niemeyer.
Como resultado deste encontro, Niemeyer desenhou um anexo e os elementos cruciais
da reforma no prédio da Fundação que pretenderão revisar e atualizar uma das obras mais marcantes
deste brasileiro, além de materializar a intenção globalizante da nova diretoria. Neste anexo
daremos concretude à idéia da usina cultural, com a criação de novos espaços.
A intervenção arquitetônica que se pretende realizar no Parque lbirapuera guarda relação íntima
com o tema desta li Bienal Internacional de Arquitetura," Arquitetura Meio Ambiente e
Desenvolvimento": procuramos registrar a profunda intervenção urbanística que caracteriza a
arquitetura atual; buscamos fugir do particular, da arquitetura residencial, para buscar o
coletivo, o global, o urbano, que é o grande tema dos últimos anos.
Nesta Bienal, arquitetura e público terão contato com as principais intervenções
urbanísticas realizadas nas grandes cidades do Brasil e do mundo, permitindo uma reflexão
sobre a vida nos grandes centros urbanos e quais os caminhos a perseguir para responder a um dos
maiores desafios do fim do século: a conciliação entre urbanização e qualidade de vida.
Edemar Cid Ferreira
Presidente da Fundação Bienal de São Paulo