VETOR VIVO é o nome da ação cultural que ocorreu a partir de convite feito ao arquiteto João Diniz, no segundo semestre de 2019, pelo Museu das Minas e do Metal sediado no Circuito Cultural Liberdade na Praça da Liberdade em Belo Horizonte. Este convite surge a partir de da indicação feita pelo corpo técnico da Siderúrgica Gerdau no sentido de propor uma atividade envolvendo arquitetura, estrutura, construção metálica, escultura, expografia, cinema, tecnologia e ações educativas.
Tal convite vem, segundo os organizadores do evento, a partir da experiência do arquiteto com a construção metálica e estruturas em aço, incluindo a realização de edifícios, aplicação de conceitos estruturais em exposições prévias incluindo arte e esculturas, ações editoriais e atividades de ensino com essa finalidade. Neste âmbito interdisciplinar a exposição ‘Vetor Vivo: arquiteturas em aço’ acontece como uma ação integradora alinhada com a proposta cultural e educativa do museu.
A exposição com suas atividades paralelas estava planejada para ser inaugurada em 2020 por ocasião das celebrações do Dia do Aço no dia 29 de abril, mas devido à pandemia e respectivo fechamento do museu, só pode ser inaugurada em 9 de julho de 2021 (fig. 1), dia da abertura do edifício para visitas presenciais, e ficou montada até 16 de outubro do mesmo ano, sendo visitada por aproximadamente 7000 pessoas.
O material exposto se compõe de 10 peças que o arquiteto denominou de es.cult/tut.uras fabricadas especialmente para a exposição, com alturas de 1,5 metros (4 peças), 3 metros (4 peças) e 6 metros (2 peças), um filme de 24 minutos enfocando a produção anterior do arquiteto com a construção metálica, textos curatoriais preparados pela equipe do museu e pelo arquiteto, e ações educativas presenciais e online realizadas pela equipe do museu considerando sugestões e orientações do arquiteto.
Na parte externa do museu, interagindo com o espaço da Praça da Liberdade foi colocada uma das peças de maior porte. (Fig.2). No hall principal estava posicionada a tela com exibição contínua do filme e 3 peças grandes (Fig. 3), bem como a mesa com as maquetes das esculturas revelando didaticamente o processo de concepção das peças e convidando à experiência táctil por parte dos deficientes visuais (Fig. 4). A sala expositiva propriamente dita continha 6 esculturas e a projeção do filme na tela circular superior, contendo trilha sonora, composta pelo arquiteto. (Fig. 5)
Após o período da exposição, duas das peças da mostra passam a fazer parte do acervo do museu, e as demais seguem para o Espaço Ecológico Germinar Gerdau em Ouro Branco, MG passando a fazer parte do roteiro educativo desenvolvido e realizado naquele local para escolas e encontros voltados a reflexões em torno de sustentabilidade, produção do aço, construção metálica, geometria e estruturas, e arte e escultura. (Fig. 6)
A exposição foi concebida durante a elaboração da tese de doutorado do arquiteto ‘Sementes do Espaço: arquiteturas em processo’ sob orientação da prof. Dra. Maria Lucia Malard na UFMG, sendo citada no texto final e como aplicação de conceitos interdisciplinares praticadas pelo arquiteto tais como: possibilidades expandidas da construção metálica, integração entre estrutura e escultura, interfaces entre arquitetura, engenharia e arte, estudos e atividades acadêmicas com experimentações com geometrias estruturais.
A sala de acesso à exposição apresentava o seguinte texto curatorial de apresentação:
“O MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal apresenta VETOR VIVO, exposição do arquiteto João Diniz que traz esculturas e seus projetos arquitetônicos em aço compondo ideias espaciais, ao mesmo tempo habitáveis e artísticas.
As esculturas feitas em aço Gerdau foram concebidas de forma experimental e gestual através de maquetes em madeira respondendo às geometrias poliédricas, que proporcionam a estabilização dos volumes definidos por suas arestas.
Segundo João Diniz,
“as barras retilíneas ou vetores estruturais podem ganhar vida a partir da manipulação, ao mesmo tempo, racional e intuitiva do aço, o que permite realizar tanto esculturas lúdicas e imaginárias, quanto edifícios reais e duradouros”.
A exposição Vetor Vivo apresenta 10 peças do arquiteto além de um vídeo com seus principais projetos arquitetônicos em aço. A concepção geral da mostra é de João Diniz, e as esculturas foram produzidas pela Accero Arte em Aço.”
No espaço expositivo das salas estavam expostas também algumas das 14 frases escritas pelo arquiteto/autor funcionando como uma ‘teoria poética’ deste trabalho num texto por ele denominado de ‘REFLEXÕES FACETADAS’.