Decifráveis são imagens de poesia visual, executadas pelo arquiteto Joao Diniz, onde o sentido textual da proposta se mescla com a figura gráfica resultante. As palavras, ou versos, são caracterizadas por cada cor específica e sobrepostos ou intercalados na geometria do quadro modulado, geram uma espécie de padrão caligráfico multicolorido.

O texto é concebido previamente visando um sentido sintético, ou uma narrativa mínima, revelando combinações randômicas de tipos a cada fração da imagem. O alfabeto proposto, e que é operado como máscaras para a pintura, reduz o desenho das letras, transformando- as em signos autônomos, mas combináveis em sua semântica própria.

O resultado é imprevisto gerando uma caligrafia quase ilegível à primeira vista. A percepção pictográfica, ou ideográfica pode prevalecer nessa mirada inicial, mas se atentamente observada, conduz à interpretação fonética que revela o sentido textual dessa caligrafia sígnica.

Essa tradução, ou decifragem, da composição pode funcionar como um segredo entre os que conviverão com a obra, e estes poderão convidar os demais, que ao conhecerem a peça, se dedicarão à descoberta da narrativa oculta à primeira mirada.
Dessa forma essas telas pintadas com spray através dos moldes tipológicos podem sugerir um mergulho exploratório na composição, propondo uma espécie de hieróglifo contemporâneo em língua portuguesa, ou eventualmente em